terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Abril


Você me matou em Abril
Choque térmico, dor na alma,
Que nada, nem ninguém acalma
Meu corpo ali perdido, ninguém viu

Eu te matei, de forma vagarosa em Abril
Espancamento, dilaceração, sangue e dor
Passional foi o nome, do crime de amor
Seu corpo ensopado de sangue, ninguém viu

Que éramos felizes e cultivávamos sonhos
Ontem mesmo me lembrei

Que chorávamos e maltrátavamos
Ontem mesmo me lembrei

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Anos luz

Anos Luz

Como o brilho de uma estrela morta. Assim é o amor que guardei.
Prefiro lembrar dele assim ,
Brilhando, numa galáxia sem fim.

Para onde vão os amores?
Onde repousam,os que se perderam em vão?
Amores jogados ao vento,
Em um total desperdício de sentimento.

Sangram e morrem sufocados!
Em toda sua platonicidade.
E mesmo em sua dura natureza.
O seu morrer parece aumentar sua beleza.

Logo belo não é ser amado,
A bela morte é o amar,
é entrar em homérica batalha e sentir a dor,
Do que é viver o paradoxo de um platônico amor.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

NASCIMENTO

                  Daria tudo para ouvir  novamente aquele riso fácil, tudo para ser novamente o centro das atenções, sentia falta de ser admirada simplesmente por existir, queria que de novo alguém respirasse seus sinais vitais, basicamente queria que ele estivesse ali agora, pois parecia que nunca antes sentira falta dele.
                  Viaja ao passado, onde ali sim era tratada como devia, toda devoção a ela direcionada,  lhe fazia, intimamente sentir-se vaidosa, não que semelhantes agrados lhe virassem a cabeça, antes ao contrário sempre facilmente os repelia, não o bastante para afastá-lo, pois nem sabia ainda que não saberia viver sem ele ou melhor sem eles.
                   Era consumida com a terrível  constatação de que por mais que se esforçasse, ninguém se dedicará a ela tanto quanto esse cavaleiro de rota armadura, cavalgando seu débil Rocinante. Todos os cavaleiros de armaduras brilhantes, montados em seus belos alazões, simplesmente não lhe prestavam as devidas homenagens, não degustavam cada um de seus sorrisos, não sabiam se enebriar no ópio que era seu perfume, não a faziam se sentir como nosso Dom Quixote um dia a fizera, parecia que nem mesmo sabiam de todo o valor de tal Dulcineia.
                  Não entendia o paradoxo desse fato, como antes, quando resistia ao nosso anti herói, recebia do mesmo toda a adoração e dedicação devidas, como aquele que sempre rejeitara era quem fazia de tudo para agradá-la, porque aqueles heróis de fato ao quais escolhera para amantes nunca a fizeram sentir-se como ele fizera.
                 Por mais que ela fizesse, nenhum príncipe encantado lhe percebera perfeita como o nosso anti herói. Nenhum deles cantava alto esperando que ela de alguma forma o ouvisse, nenhum sonhava com um beijo e se arrepiava de pensar nisso, nenhum se esforçava para lhe fazer sorrir e se sentia completo quando conseguia atingir semelhante feito, nem sequer um deles por um momento estava desposto a fazer qualquer coisa por ela, Dom Quixote, em seus olhos, não via Dulcineia, em seus olhos via o amor, via beleza em outras flores? sim , mas o amor somente nos olhos de sua doce Dulcineia.
                E era disso que ela sentia falta, percebera tarde demais tal coisa,  não sabia responder o porquê de não estar ao lado dele, que tanto a fizera se sentir bem, sabe somente que está saudosa de tais complementos. De início procura sempre por ele em outros sapatos, esperançosa de encontrar novamente seu antigo amor.
                Tentou por vezes, procurou, buscou, até investigou, mas por fim lhe sobrou a resignação, percebera que cada amor se revela de uma forma e que se não vivemos esse amor, o perdemos, nada o trará de volta, cansou por isso de sua interminável busca, jamais novamente ouviria aquela bela música, precisava olhar para frente, com aquele estranho vazio de não ter vivido, começou a sentir frio e morreu! Morreu um pouco para nascer de novo, um novo nascimento para começar uma nova história, longe de Dom, que agora deve estar a caçar belos moinhos de ventos em cima de seu Rocinante.
           

sábado, 29 de junho de 2013

PRÓXIMA PARADA. (CONTO DE UMA PAIXÃO FUGAZ)

      
        Agradeceu silenciosamente a Deus quando avistou o coletivo, haviam poucos lugares para sentar mas mesmo assim estava feliz pelo simples fato de ter conseguido pegá-lo.
        A euforia momentânea que rendera animadas saudações com o condutor e o trocador do ônibus impediu que reparasse na beleza da jovem que estava ao seu lado quando sentou. Cabelos de ouro como que de anjo, olhos como céu ao meio dia sem nuvens, um rosto que parecia um convite a participar da obra prima de Deus.                 
      Os gregos falavam em moira, alguns outros falam em destino porém é certo que nossas vidas tem sim momentos como esse que tem obrigatoriedade de acontecer, como se nossas vidas fossem impulsionadas a esses momentos sem chance de fuga ou livramento.
         Quando sentiu a gentil mão interromper a viagem de sua viagem foi como um raio de sol penetrando o frio do inverno, após aquele súbito susto voltou seus olhos para aquela dádiva, ao pousar suas órbitas oculares em tamanha beleza nada mais fazia sentido, já não sabia o que fazia naquele transporte, nem ao menos lembrava seu nome, quanto mais seu endereço.
       Pareceram horas o tempo que levou da reação ao toque celestial até o momento da débil resposta que apressou-se em fazer, um momento mágico pensara ali ter descoberto o verdadeiro sentido da vida, planejava como seria o final de semana que vem quando conheceria seus futuros sogros, qual cor pintaria a casa de campo, se o filho caçula iria para colônia de férias entre outras coisas.     
        Perguntava a si mesmo como havia feito para viver até aquele momento sem aquela que estava ao seu lado agora trazendo sentido a sua vida, foi longe imaginou o seu leito de morte onde só desejaria olhar para ela sorrindo e só assim sua vida teria valido a pena.
         De repente percebeu aquela boca celeste se abrir, iria falar-lhe algo, não importava o que, a resposta para ela era sim, pois já havia se entregado, as primeiras palavras que ouviu foram: - com licença. Sim minha linda pode abrir seu coração para mim, depois o complemento o fez corar.
  
 - poderia sair de cima do meu casaco?
         
           Retornou a si e não mais olhou para o lado durante a viagem, seguiu pensando nos sonhos perdidos e em tanto tempo jogado fora com aquele amor, sabia que sentiria falta de tamanha beleza e que seria doloroso seguir em frente sem ela.
        Ao chegar em seu destino fez um esforço para não olhar para trás e com o pouco de dignidade que lhe restara desceu do ônibus, sabia que jamais sentiria aquilo de novo por alguém, com lágrimas nos olhos prometeu guardar as lembranças felizes em seu coração e desceu em seu costumeiro ponto.

sábado, 19 de setembro de 2009

Conflitante e Visita tardia/Bruna

Esses dois poemas foram escritos em 2003,ambos de minha autoria e posto aqui no blog com enorme saudosimo dos meus 18 anos,em conflitante temos um pensamento básico sobre tudo influenciado fortemente pelo fato de qual carreira escolher na faculdade,já em visita tardia temos uma explosão de sentimentos e lágrimas.

VISITA TARDIA/BRUNA

HOJE EU PRECISO DORMIR UM POUCO MAIS,
POIS DAQUI DEU PARA VER SUAS LÁGRIMAS TRISTES E CARINHOSAS.
PERGUNTO-ME ONDE ANDA AQUELE SEU SORRISO LINDO?
PORQUE SABER QUE VOCÊ ESTEVE CHORANDO ME MACHUCA DEMAIS.

ONTEM ELAS VIERAM,
SE PRECIPITARAM E CORRERAM O MEU LEITO.
TENTAVA ENGANÁ-LAS,
E FINGIA NÃO SABER O PORQUE DE SUAS EXISTÊNCIAS.
MAS ELAS GRITAVAM E E TREMIAM DENTRO DO MEU PEITO.

QUANDO TE VER NOVAMENTE ESTAREI SANGRANDO
MAS A SENTENÇA NÃO PODE SER REVOGADA.
PODERIA SER MELHOR,
MAS NÃO HÁ JUSTIÇA QUE NÃO VOGUE,
NEM INJUSTIÇA QUE NÃO SE ACABE.

PREZO POR ENQUANTO CALAR-ME
NÃO TENHO CORAGEM DE ENFRENTAR-TE.
COM OS OLHOS TOMADOS DE ÁGUA,
POR TÃO JOVEM E BELA ALMA ENCARCERADA
MAS JÁ NÃO POSSO EU TE LIBERTAR....
POIS ESSE NÃO É O SEU DESEJO.

CONFLITANTE

VEJO A VEIA QUE AINDA PULSA.
MAS ATÉ QUANDO?
E PARA QUE PULSAR?
SE PODIAS SIMPLESMENE PARAR.
OU TEMES A CONSEQUÊNCIA?
PARA QUE CONTINUAR LEVANDO ÓPIO
ATÉ CONCAVIDADES OBSCURAS?
SE PODES DORMIR O SONO ETERNO DE DESCANSO.
MAS QUEM DISSE QUE O DESCANSO VIRÁ?
POIS SE TEME VIVER,
MORTO ESTÁ.
E SE TEMES A LUZ,
NA ESCURIDÃO ESTÁ.


VEJO O VENTO QUE AINDA SOPRA.
MAS ATÉ QUANDO?
E PARA QUE SOPRAR?
SE PODES SIMPLESMENTE PARAR.
OU TEMES A CONSEQUÊNCIA?
PARA QUE CONTINUAR A SOPRAR SENSAÇÕES
AOS EXPECTADORES ANSIOSOS?
SE PODES DORMIR O SONO ETERNO DE DESCANSO.
MAS QUEM DISSE QUE O DESCANSO VIRÁ?
POIS SE TEME LUTAR,
DERROTADO ESTÁ.
E SE TEMES AMAR.
PARA SEMPRE PRESO ESTARÁ.